Passagens
Passagens 1, 1974
Vídeo, digitalizado a partir de fita magnética, 9’
Passagens 2, 1974
Vídeo, digitalizado a partir de fita magnética, 5’ Coleção da artista, Rio de Janeiro
Anna Bella Geiger experimentou novos suportes e recursos em suas obras principalmente a partir da década de 1970, explorando fotomontagem, fotogravura, fotocópia, vídeo e filme Super-8. Os trabalhos Passagens 1 e Passagens 2 são exemplos dessa inovação, pois utilizaram Portapak — sistema de gravação analógico e portátil que permitia novas possibilidades de filmagem. Aqui, a câmera acompanha o percurso da artista por escadarias e corredores de locais no Rio de Janeiro. Geiger explora os recursos do vídeo, como o looping, realizando cenas semelhantes que se unem para simular um eterno caminhar — algo que se pode ver de forma mais evidente em Passagens 2. Essas ações apontam para questionamentos acerca da natureza da obra de arte e do papel do artista na sociedade contemporânea, indagando: quem pode passar por onde? Em Passagens 1, Geiger percorre locais como um antigo prédio de estilo decô prestes a ser demolido; a escadaria principal do Instituto Benjamin Constant, e outra que liga a rua Santo Amaro a uma parte mais alta do Catete, bairro de sua infância. Nessa mescla de referências geográficas e urbanas do Rio de Janeiro com memórias autobiográficas, Geiger cria um retrato da cidade e suas transformações como um retrato de si mesma.