Mesa, friso e vídeo macios

Mesa, friso e vídeo macios , 1981,
Remontagem de instalação originalmente realizada na 16ª Bienal de São Paulo

A instalação Mesa, friso e vídeo macios foi criada para a 16ª Bienal de São Paulo (1981), que foi marcada pelo clima de abertura política no Brasil, naquele momento governado pelo regime militar. O trabalho estabelece uma relação entre três elementos: uma mesa acolchoada com manchas impressas na superfície — parecidas com um mapa do Brasil —, mimetizando uma superfície topográfica; um friso nas paredes com a imagem de um mapa da América do Sul que cria um padrão, semelhantemente ao que ocorre em outras obras da artista; e dois vídeos, intitulados Quase manchas e Quase mapas. Estes apresentam imagens dos mapas/manchas da mesa e dos frisos filmadas de forma bastante aproximada, o que distorce as imagens, borrando a definição do que é mapa e do que é mancha. Além da discussão associada à visualidade, que contrapõe a imagem do vídeo à materialidade da mesa e do friso, e do ambiente imersivo proposto pela iluminação, a artista também discute questões políticas, ainda que de forma metafórica. A camuflagem verde presente nos vídeos, na mesa e nos frisos, neste caso sob o desenho do território da América Latina, podem ser alusões aos governos militares do Brasil e do continente sul-americano.